domingo, 27 de março de 2011

Enviado por Edna Lopes


Certamente, quem escreve tem na ponta da língua o modo como se iniciou no mundo das letras, como leitor e como escritor. O fato é que há sempre o que aprender, o que melhorar, seja como leitor que lê o mundo e a palavra ou como escritor, em forma e conteúdo.

Nesse livro, de maneira leve e delicada, o autor nos conta numa “ficção autobiográfica” da infância como foi aprendendo a ser escritor. Um menino apaixonado por livros, um escritor apaixonado por livros.

O livro é classificado como infantojuvenil, mas boa leitura não tem idade ou classificação. As dicas são valiosas para quem, como eu, brinca de escrever, ou para qualquer escritor/a mais tarimbado/a, que se preocupa em escrever com clareza e alguma emoção.

Da vez que ouvi Scliar numa dessas Bienais da vida, guardo a firmeza da palavra, o encantamento com que falava das leituras que fizera ao longo da vida, a delicadeza poética como demonstrava observar o cotidiano.

Por diversas vezes “pesquei” da Folha online crônicas suas, inspiradas em notícias do jornal, para abrir reuniões de trabalho, aulas, seminários de formação de educadores. Nos elementos do cotidiano, provocações, reflexões... Nenhum sentimento banalizado, tudo profundamente humano, real, poético.

Dias antes de sua morte, reli Memórias de um aprendiz de escritor e sugeri que Vinícius, meu adolescente tirado a filósofo, o lesse...

- Não pretendo ser escritor. Respondeu.

- Nunca se sabe. Respondi...

Um carinho imenso por cada lembrança de leitura, cada pensamento articulado. Fisicamente não está mais entre nós mas sua obra estará.

Eternamente, Moacyr.


http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdelivros/2871687

Nenhum comentário:

Postar um comentário