domingo, 13 de março de 2011

Poema 37 -- Arriete Vilela


Aposto na atemporalidade
desse amor - Penélope o teceu
também para mim.

E eu o tenho destecido
para renová-lo:

a cada nova feição,
degusto-o como a um bom vinho,
até a última gota dos signos cotidianos,
fascinantemente dispersos
em leves e míticas traições.

Aposto outra vez
nesse amor tão improvável
que, agora, só tem a graça da ironia:
é tranquilo porque virtual.

(Palavras em Travessia - In: Obra Poética Reunida)

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